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As impressionantes habilidades e técnicas dos Samurais

Na época do Japão feudal, quando as batalhas eram constantes, os Samurais tinham que dominar diversas técnicas para aprender a lutar com armas, como o bastão, a alabarda e, principalmente, a espada, considerada a alma do guerreiro.

Estas técnicas receberam diversos nomes, como Kenjutsu, a principal e que utiliza a espada, o Jojutsu, que é a técnica de se defender com o bastão, o Naginatajutsu, que é a luta com a alabarda, e o Iaijutsu (a arte de desembainhar a espada).

E há ainda a versão moderna e simplificada do Kenjutsu – o Kendo, que é praticado atualmente em diversas escolas espalhadas no mundo.


Kenjutsu

O termo Kenjutsu quer dizer, literalmente, “a arte da espada” e era obrigação dos Samurais dominá-la. Eles tinham que ser verdadeiros experts na esgrima, pois desferir um golpe errado podia significar a morte certa.

O Kenjutsu envolvia força e começava sempre com uma intenção agressiva a fim de matar o oponente, mas, por trás, havia um forte lado espiritual e filosofal. Com grande influência do pensamento Zen, seus praticantes acreditavam que a espada continha a própria alma daquele que a manejava e também era uma forma de traçar um caminho espiritual.

Por tudo isso, o Kenjutsu é considerado uma clássica arte marcial (Bujutsu), confundindo-se com a história e a cultura do Japão. Nela, o praticante podia aprender centenas de golpes e cerca de 60 posturas de luta durante os treinamentos. Em regra geral, não havia nenhuma cor de faixa, mas somente graus que iam do primeiro ao sétimo.

Os nomes dados aos praticantes eram Deshi (estudante), Renshi (instrutor), Kyoshi (professor) e Hansi (mestre). O Kata (forma) era a maneira usual de aprender os movimentos requeridos. Inicialmente, era uma prática para ser feita sozinha, mas depois poderia ser executada em dupla.

Nos treinamentos, a espada utilizada era de madeira e chamava-se Bokuto, mas, durante os combates, era usada a Katana, a espada real, feita de metal e extremamente afiada. Geralmente, os Samurais seguravam as espadas com uma das mãos, mas Miyamoto Musashi, o mais famoso samurai de todos os tempos, conhecido como Kensei (santo da espada) criou o estilo Niten Ichi Ryu, que significa “dois céus, duas espadas”, também conhecido como Nito Ichi Ryu (duas espadas, uma escola) em que se utilizava técnicas com duas espadas simultaneamente.


O começo e a História

Por volta do ano 800, começaram os ensinos sistemáticos da arte da espada longa japonesa (Katana), mas o termo Kenjutsu começou a ser usado por volta de 1281, depois que os mongóis tentaram invadir o Japão. Desde este tempo, 1200 escolas diferentes foram documentadas.

Esta arte passou a ser estudada e praticada pelos guerreiros (Bushi) e Samurais desde o período Muromachi (1338-1573). Durante o período Edo (outra fase histórica do Japão feudal), havia mais de 300 estilos de Kenjutsu, pois cada feudo desenvolvia sua própria técnica. As lutas, geralmente, acabavam em morte ou invalidez de um dos guerreiros. Mas apogeu do Kenjutsu foi, justamente, num período de paz, entre 1603 e 1868, no Xogunato de Tokugawa, quando viveu Miyamoto Mushashi, o maior Samurai de toda a história.

Com a restauração do império Meiji em 1868, a classe dos Samurais foi abolida e o Kenjutsu entrou em declínio, quando foi simplificado e adaptado para ser uma competição, originando Kendo. Por isso, pode-se dizer que o Kenjutsu é um ancestral do Kendo. Mas isso não significa que, hoje em dia, o Kenjutsu não seja praticado. Muito pelo contrário, existem no Brasil muitas escolas que ensinam Kenjutsu, e dentre outras armas japonesas utilizadas pelos Samurais.


Kendo

A denominação Kendo significa, literalmente, “o caminho da espada”. A técnica que surgiu como uma forma mais simplificada e adaptada do Kenjutsu durante o período do império Meiji, quando a classe Samurai foi abolida, voltou os períodos das batalhas sino-japonesa (entre China e Japão) e da guerra contra Rússia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Kendo se tornou obrigatório para os japoneses, mas a prática foi suspensa depois que, ao final da Guerra, o Japão foi obrigado a se desmilitarizar por imposição dos Estados Unidos da América (EUA). Neste contexto, os norte-americanos acreditavam que a suspensão do Kendo contribuiria para enfraquecer o espírito nacionalista daquele país. No entanto, em 1952, um comitê japonês criou novas regras para a técnica e a apresentou como uma forma de esgrima, em que se usava as duas mãos. Assim, o Kendo foi restaurado como esporte, sem influências militares e ultranacionalistas que tinha antigamente. Neste período, surgiram várias associações como a All Japan Kendo Federation e, mais tarde, em 1970, a International Kendo Federation. Essas organizações foram conquistando adeptos aos poucos e em todo o mundo. Atualmente, há cerca de 12 milhões de praticantes de Kendo no planeta, muitos deles no Brasil.






Armas

Shinai é a espada usada durante os combates de Kendo e é composta por quatro segmentos de bambu unidos e presos por uma tira de couro. A vantagem de usar o Shinai em relação ao Bokuto ou Boken, a espada de madeira dos treinamentos dos Samurais, é que o Shinai enverga quando a “pancada” é muito forte, impedindo, assim, que o praticante se machuque.

O Shinai deve ser bem-cuidado para que esteja em bom estado, pois quando começa a lascar, as farpas de bambu podem causar ferimentos. Há ainda um outro modelo feito com fibra de carbono, que apresenta uma resistência bem maior, podendo durar mais de 10 anos, se utilizado em treinamento com frequência de 3 vezes por semana.


Indumentária

A prática esportiva do Kendo é feita com um equipamento protetor, o Bogu. Essa indumentária é um dos fatores que marca a transição do Kenjutsu Tradicional para o Kendo, pois ela sofreu diversas modificações de uma arte para a outra. Inspirado na armadura clássica dos antigos Samurais, o Bogu é composto por quatro partes principais: o Men (elmo que protege o topo da cabeça, a garganta, o rosto e os ombros), o Kote (protetor de mão e antebraço), o Do (protetor do abdome) e o Tare (protetor das coxas e da virilha).

Uma curiosidade é que, apesar de proteger a área mais crítica do corpo, a cabeça, o Men foi a última parte do Bogu a ser construída, por causa das limitações impostas pelo peso e visibilidade. Antigamente, a grade do Men era feita de ferro ou aço, mas, nos modelos atuais, ela é de titânio ou durânio, materiais leves e de alta resistência. Já a parte que protege os ombros é composta de algodão, que é resistente e flexível, deixando os braços livres para se movimentar.

Já o Kote que envolve os antebraços e as mãos, é feito de couro e envolvido com fibra de algodão trançada, para permitir a boa movimentação dos dedos. Assim, a pessoa pode segurar o Shinai com firmeza.

O Do que protege o tronco, é revestido por couro também ou por fibra de carbono e é preso ao corpo por quatro correias. Duas delas saem da lateral e são atadas à parte superior, cruzando-se nas costas. As outras duas são amarradas uma à outra e partem das laterais inferiores.

Para resguardar a área abdominal, sensível a golpes, é importante que o Do seja posicionando baixo. Feito de fibras de algodão comprimidas e trançadas, o Tare é o equivalente no Bogu ao Kusazuri da armadura Samurai clássica.


Iaijutsu

O Iaijutsu é um movimento de desembainhar o Katana (espada) contra um oponente de uma forma rápida, precisa e eficiente e era muito utilizado pelos Samurais para conseguir surpreender o inimigo. Esta técnica ainda é aprendida hoje em dia em várias escolas como Hayashizaki Muzo-Ryu, que se desenvolveu durante a guerra civil japonesa. Estas escolas ainda existem e, nas prática de hoje, um Katana real é usado para cortar um feixe de palha ou um pedaço de bambu em duas metades exatamente iguais, em vez de ser apontado para um oponente.

A prática demanda concentração, presença de espírito e equilíbrio. As sequências são divididas em Nukitsuke, Kirisuke, Tiburi e Noto. Na primeira fase, o Nukitsuke, o praticante, percebendo a intenção de ataque do adversário (hoje imaginário), desembainha a espada para ataca-lo, antes que o oponente desfira o golpe.

A segunda fase é o Kiritsuke, o “corte” propriamente dito. O golpe deve ser desferido com firmeza para que seja preciso e impeça qualquer reação do inimigo (hoje, como já foi dito, substituído por objetos). A terceira fase, o Tiburi, ocorre depois que o adversário é derrotado e é realizado o movimento para limpar o sangue do Katana.

Na última fase, o Noto, a espada é embainhada após a derrota do oponente. Apesar de ser o encerramento, é importante ressaltar que a concentração e a prontidão devem ser constantes.


Jojutsu

O Jo é um bastão de aproximadamente 1 metro e 28 centímetros e foi desenvolvido durante o período Edo com  o objetivo de desviar um adversário armado com uma espada ou outro tipo de armamento, sem que fosse necessário mata-lo. A técnica de manejamento deste bastão é o Jojutsu, que foi criado por Muso Gonnosuke, um grande guerreiro, que tinha como objetivo derrotar o famoso Samurai Miyamoto Musashi, após perder para ele num duelo. Depois de um sonho, que ele acreditava ser um prenúncio, Gonnosuke confeccionou um bastão de madeira para lutar contra o seu inimigo e criou movimentos para manejá-lo, como o Utsu (simulando o corte, a batida) ou Tsuki (espetar) e o Harai (movimento semelhante à varredura).
O Jojutsu ainda hoje é ensinado, especialmente pela escola Shindomuso-Ryu em Fukuoka, no Japão, e é muito popular entre as artes marciais, tanto que a polícia japonesa adaptou o estilo Shindomuso-Ryu para render as pessoas, sem machucá-las.






Naginatajutsu

Nesta técnica usa-se a alabarda, arma constituída de uma longa haste de madeira arrematada em ferro largo e pontiagudo, atravessado por outro em forma de meia-lua. Para utilizar esta arma, os Samurais aprenderam a girá-la e dominavam os movimentos de varredura, sempre com o objetivo de atingir e ferir o inimigo. Hoje em dia, esses movimentos são graciosamente coreografados e a alabarda utilizada é toda de madeira, medindo aproximadamente 2 metros e 53 centímetros. Há várias escolas diferentes de Naginatajutsu, que atualmente, dividem-se em clássico e moderno, e milhares de praticantes no mundo todo.

Que pratica o Naginatajutsu moderno participa de dois tipos diferentes de prática: torneios e Kata. Nos torneios são usados equipamentos de proteção e uma alabarda feita de bambu e, para conseguir pontos, é necessário aplicar golpes visando acertar as canelas, garganta, a cabeça, o tronco e o pulso do adversário. Já o Kata é mais estilizado e coreografado, e a alabarda é feita de madeiras nobres, como o carvalho.


O Naginatajutsu clássico reproduz os movimentos da luta que era praticada no período feudal, mas sem realizar competições, muito menos ataques a oponentes. Aqui as coreografias são ensaiadas e os praticantes precisam desenvolver velocidade, força e precisão nos movimentos.